O glúten é uma proteína complexa encontrada em cereais como trigo, cevada, centeio e seus derivados, como o malte. É composto principalmente por duas proteínas, glutenina e gliadina, que são responsáveis pela elasticidade da massa de farinha quando misturada com água. Essa característica elástica do glúten é o que confere a capacidade de retenção de gás e permite que produtos feitos com farinha de trigo, como pães e massas, cresçam e mantenham sua forma.
Para certas pessoas, o consumo de glúten pode desencadear problemas. Aqueles com intolerância, doença celíaca ou sensibilidade ao glúten podem vivenciar sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, inchaço, diarreia, fadiga e outros desconfortos ao ingerir alimentos que contenham essa proteína. Para essa parcela da população, adotar uma dieta sem glúten é crucial para prevenir tais sintomas e promover bem-estar.
O glúten já está presente a muito tempo na dieta dos seres humanos, compondo os alimentos e ingredientes que consumimos. Porém, maneira como os grãos são produzidos na indústria atual pode ter relação com a forma que o nosso organismo metaboliza o glúten.
Com o passar dos anos, a indústria alimentícia tem realizado modificações nos grãos de trigo, visando aumentar sua resistência a pragas e otimizar os processos de colheita. Em razão dessas modificações, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o trigo consumido atualmente possui 20 vezes mais glúten do que há 40 anos. Além disso, somamos que os alimentos com glúten estão cada vez mais presentes na rotina do brasileiro. Como exemplo, no nosso amado pão do dia-a-dia.
Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos brasileiros não consomem as porções diárias de frutas, verduras e legumes recomendadas. E essa deficiência de nutrientes, somada ao acesso exagerado ao glúten, pode ter um impacto negativo a sua saúde.
Diferente da doença celíaca, a sensibilidade ao glúten é caracterizada como uma reação menos severa à ingestão desse tipo de alimento. Seus sintomas são diarreia, dor abdominal, gases, perda de peso, dores nos ossos ou nas juntas, dormência nas pernas, dores de cabeça, confusão mental, dermatite e anemia. São as respostas do corpo a essa proteína, que têm levado um número crescente de pessoas com sensibilidade a diminuir ou excluir o glúten de suas dietas.
Essa sensibilidade é uma condição que foi recentemente objeto de estudo e apresenta desafios no seu diagnóstico, pois seus sintomas podem se assemelhar aos de outras condições. No entanto, novas pesquisas estão contribuindo para esclarecer aspectos associados.
Pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, foi identificado que indivíduos com a barreira intestinal enfraquecida experimentam uma resposta imunológica inflamatória ao consumir glúten, mesmo sem serem diagnosticados com doença celíaca ou alergia ao trigo. Desse modo, esses pacientes apresentam uma inflamação sistêmica espalhada pelo corpo, o que caracterizaria os sintomas citados anteriormente.
Porém, as causas da sensibilidade não-celíaca ainda não foram comprovadas, mas esta condição está levando várias pessoas a reduzir a ingestão de glúten. Ao perceber o desaparecimento dos sintomas, estes pacientes relacionam a ausência da proteína a uma vida mais saudável, assim decidindo por excluir ou diminuir o glúten da sua alimentação.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1% da população no mundo possui intolerância ao elemento, e segundo a Associações de Celíacos do Brasil, aponta que 2 milhões de brasileiros são intolerantes ao glúten, e em 2016 mais de 14 milhões de brasileiros já eram afetados pela sensibilidade ao glúten. Assim, o corte do glúten na alimentação pode resultar em efeitos positivos ao organismo.
À medida que mais consumidores buscam opções sem glúten em pães, bolos, biscoitos e massas, uma gama de alternativas tem sido explorada para criar produtos livres desse componente. Uma estratégia comum é substituir a farinha de trigo por diversos tipos de amidos, combinando também outras farinhas alternativas, como a de arroz, amêndoas, castanha de caju, amendoim, entre outras.
Além da substituição das farinhas convencionais por opções sem glúten, várias estratégias são empregadas nas receitas para garantir textura agradável, volume adequado e prolongar a vida útil dos produtos. Componentes como hidrocoloides, goma guar, fermentos sem glúten, enzimas, fibras de frutas ou vegetais, sementes de linhaça e chia, psyllium, amidos modificados e proteínas provenientes de diversas fontes são alguns dos ingredientes fundamentais para a elaboração de produtos sem glúten de alta qualidade e sabor.
Com a contínua introdução de novos produtos sem glúten no mercado, espera-se que a crescente variedade disponível nos supermercados influencie consideravelmente o interesse dos consumidores, gerando um impacto direto no crescimento e na expansão desse setor alimentício.
De modo geral, a tendência para os próximos anos aponta para o foco em produtos mais saudáveis, além do citado anteriormente, sobre o aumento ao longo dos anos do número de indivíduos desenvolvendo sensibilidade ao glúten. De acordo com algumas pesquisas, o interesse dos brasileiros por um estilo de vida mais equilibrado e saudável está em ascensão. Diante desse cenário, vale apena sim investir em alimentos sem glúten.
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