A RELAÇÃO ENTRE ENGENHARIA QUÍMICA E AGRICULTURA

Entenda como a relação entre essas duas áreas se desenvolveu e as evoluções que elas geram uma a outra

Desde o início das primeiras civilizações não nômades, a agricultura foi fundamental para a sobrevivência da humanidade. Se analisarmos as principais civilizações da antiguidade, perceberemos que todas elas somente se desenvolveram por estarem próximas a rios, os quais serviam para abastecimento de água para as plantações. Os egípcios tinham o rio Nilo, os Mesopotâmios tinham os rios Tigre e Eufrates, os Romanos tinham o Rio Rubicão.

 No século XVIII, com a primeira Revolução Industrial, a agricultura se tornou ainda mais importante, pois era responsável pelo desenrolar dos processos industriais. Afinal, sem ela, as indústrias não teriam a matéria prima, o elemento mais fundamental de uma cadeia produtiva. Portanto, da mesma maneira que as civilizações, a indústria, desde sua origem, sempre esteve extremamente vinculada à produção agrícola.

No entanto, com o passar do tempo, essa situação foi se transformando em uma relação de desenvolvimento mútuo. Ou seja, a indústria, aos poucos, tornou-se tão importante para a agricultura quanto a agricultura para a indústria, e muito disso se deve à engenharia química. 

Nesse sentido, da primeira Revolução Industrial para cá, a população passou por um crescimento quase exponencial, além do fato de que muitos produtos foram e são inventados recorrentemente. Para suprir toda essa demanda, precisou-se de uma produção agrícola muito maior do que a do século XVIII. 

Mas como conseguir, em uma área equivalente, toda matéria prima necessária para uma população e uma indústria exponencialmente maior? Para resolver esse problema, a engenharia química teve que entrar em ação.

Produtos inovadores e métodos de produção mais eficientes

Primeiramente, foi necessário o desenvolvimento de produtos que fortalecessem as plantações e deixassem o solo mais rico e fértil para as plantas. Vários adubos e fortificantes para plantas já eram conhecidos e usados há muito tempo, como cinzas, restos vegetais, esterco e outros materiais orgânicos. Porém, o contexto exigia recursos e métodos de produção mais eficazes e práticos.

O esterco, por exemplo, ocupa um volume muito grande, dificultando o transporte e o armazenamento. Além disso, esse composto, apesar de rico em matéria orgânica, não é tão concentrado em outros minerais fundamentais para as culturas agrícolas como cálcio, fósforo e potássio.

Nesse contexto, a engenharia química teve grande destaque no desenvolvimento de compostos inorgânicos indispensáveis para a agricultura e consequentemente para o abastecimento de boa parte do setor industrial. Dentre os muitos fertilizantes pelos quais  ela foi responsável, destacam-se: 

  • Ureia, provinda da reação entre amônia e gás carbônico, é extremamente rica em nitrogênio; 
  • Cloreto de potássio, que pode ser extraído ou produzido em laboratório e representa uma ótima fonte de potássio; 
  • Fosfatos, os quais existem de vários tipos e representam uma boa fonte de fósforo.

Além do desenvolvimento de fertilizantes, a engenharia química participou da elaboração de muitos outros projetos que favoreceram a produção agrícola. Sistemas de captação de água da chuva, por exemplo, fazem parte da gama de projetos pelos quais o engenheiro químico participa e são de grande utilidade em dias atuais, já que contribuem imensamente para as plantações. 

Em tempos de crises hídricas, esses sistemas são muito úteis, pois funcionam como uma reserva de água que supre a irrigação das plantações por certo tempo, até a volta das chuvas regulares. Também possibilitam, é claro, economizar água, facilitando para o produtor equilibrar os gastos e contribuindo para que os lucros venham mais rapidamente.

Tratamento do solo

Mas não é só para potencializar a produção de determinada área que a engenharia química se fez presente na agricultura. Ela também foi capaz de expandir as áreas cultiváveis, transformando solos inviáveis para o plantio de certas culturas em solos férteis. 

Insumos como o carbonato de cálcio, um sal inorgânico provindo da reação entre hidróxido de cálcio e gás carbônico, representam muito bem esse caso. Esse sal inorgânico de caráter alcalino, mais conhecido como calcário, mostrou-se útil para neutralizar solos ácidos, os quais são inférteis para muitas plantações. 

Um exemplo ocorreu no bioma Cerrado, que ocupa quase todo o centro-oeste brasileiro. Esse local apresenta solos extremamente ácidos, podendo chegar a um PH menor do que 4 para determinadas regiões. Em outras palavras, quase todo centro-oeste brasileiro não foi próprio para a agricultura durante muito tempo. Com o desenvolvimento do carbonato de cálcio para neutralizar o PH desses solos, o centro-oeste se tornou a região agrícola de maior destaque do Brasil, contribuindo substancialmente para a economia nacional.

Relação fundamental

Em resumo, não se pode negar que todas as engenharias dependem da agricultura, pois necessitam dela para fazer boa parte de seus processos. Cerveja, etanol, vinho, e muitos outros produtos são nitidamente dependentes de matérias primas que apenas são obtidas através da agricultura. No entanto, a relação da agricultura com a engenharia química é ainda mais fundamental para o desenvolvimento de ambas as áreas.

Caso a engenharia química não participasse da elaboração de insumos e projetos, a agricultura não poderia ser, de forma alguma, da maneira como conhecemos hoje. A produção seria extremamente menor, e não haveria como sustentar todas as demandas requeridas pela indústria e pela sociedade em geral. 

Portanto, pode-se dizer que, nos dias de hoje, a agricultura é tão importante para a engenharia química, quanto a engenharia química é importante para a agricultura. Se um desses pilares se desequilibrasse, toda cadeia produtiva industrial seria afetada.  

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Produzido por Igor Raul de Lara Santos
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